415.100.000.000,00
Grande
o número acima? Pois é, esse impressionante amontoado de zeros, após os valores
iniciais, significa quatrocentos e quinze bilhões e cem milhões de reais. Tal
cifra, corresponde a 10% do PIB brasileiro em 2011, é o que o país deixou de
arrecadar naquele ano em razão da sonegação. As estimativas em relação a 2013
revelam, até 31 de julho, um montante sonegado da ordem de 240 bilhões de
reais. E nós, eu, o senhor e a senhora, que pagamos, direta ou indiretamente,
os impostos e não recebemos do Estado a adequada contrapartida pelo desembolso
compulsório, sofremos o impacto da alta carga tributária brasileira e acabamos
penalizados (o justo paga pelo pecador) em razão da safadeza dos sonegadores. Enquanto
não se romper essa lamentável cadeia de falcatruas, com rigoroso e permanente
combate à sonegação, continuaremos alimentando a elevada carga tributária e a
concorrência desleal.
Estudos
realizados pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional – SINPROFAZ
assegura que, se conseguíssemos eliminar a sonegação, poderíamos manter a mesma
arrecadação e deduzir em 30% a carga tributária. Convido meus distintos leitores
a acessarem o endereço eletrônico www. sonegometro.com para acompanhar em tempo
real o quanto o país deixa de arrecadar a cada dia. O “Sonegômetro” é uma
ferramenta criada pelo SINPROFAZ com objetivo de conscientizar a sociedade
brasileira da necessidade de rompermos o maldito círculo vicioso da sonegação e
as autoridades públicas, da imprescindibilidade de estruturar os órgãos de
fiscalização, cobrança e arrecadação, de sorte que os mesmos tenham condições
de trabalho que permitam ações permanentes para acabar com a farra dos
sonegadores.
Aliás,
o SINPROFAZ realiza, desde 2009, a Campanha Nacional da Justiça Fiscal, que tem
como objetivos fundamentais conscientizar o governo, a sociedade e o parlamento
da necessidade de se fomentar o debate da educação fiscal, o combate à
sonegação e a discussão de um novo modelo tributário para substituir o modelo
atual, que onera em demasia os mais pobres e pouco incide sobre os mais ricos.
Cada
um de nós pode colaborar para alterar esse estado de coisas, apenas mudando
nosso comportamento diante de infrações que, por serem comuns e usuais, nos
parecem insignificantes. Exemplos? A senhora exige sempre notas fiscais quando
adquire produtos e serviços? O senhor exige recibos quando paga profissionais
liberais? Não? Ao não exigirmos, pagamos pelos fornecedores de produtos e
serviços, que se locupletam com nossa letargia e (alguns) fazem discursos
raivosos contra governos, funcionários públicos (todos tachados de corruptos) e
a carga tributária. No fundo, nos tiram para otários, nos chamam de babacas! E riem
de nossa cara!
Antônio
Cândido Ribeiro
Fonte: Texto retirado do jornal A razão -
Segundo Caderno - 05/09/2013
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