segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sugestão de Texto


415.100.000.000,00
 

Grande o número acima? Pois é, esse impressionante amontoado de zeros, após os valores iniciais, significa quatrocentos e quinze bilhões e cem milhões de reais. Tal cifra, corresponde a 10% do PIB brasileiro em 2011, é o que o país deixou de arrecadar naquele ano em razão da sonegação. As estimativas em relação a 2013 revelam, até 31 de julho, um montante sonegado da ordem de 240 bilhões de reais. E nós, eu, o senhor e a senhora, que pagamos, direta ou indiretamente, os impostos e não recebemos do Estado a adequada contrapartida pelo desembolso compulsório, sofremos o impacto da alta carga tributária brasileira e acabamos penalizados (o justo paga pelo pecador) em razão da safadeza dos sonegadores. Enquanto não se romper essa lamentável cadeia de falcatruas, com rigoroso e permanente combate à sonegação, continuaremos alimentando a elevada carga tributária e a concorrência desleal.

Estudos realizados pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional – SINPROFAZ assegura que, se conseguíssemos eliminar a sonegação, poderíamos manter a mesma arrecadação e deduzir em 30% a carga tributária. Convido meus distintos leitores a acessarem o endereço eletrônico www. sonegometro.com para acompanhar em tempo real o quanto o país deixa de arrecadar a cada dia. O “Sonegômetro” é uma ferramenta criada pelo SINPROFAZ com objetivo de conscientizar a sociedade brasileira da necessidade de rompermos o maldito círculo vicioso da sonegação e as autoridades públicas, da imprescindibilidade de estruturar os órgãos de fiscalização, cobrança e arrecadação, de sorte que os mesmos tenham condições de trabalho que permitam ações permanentes para acabar com a farra dos sonegadores.

Aliás, o SINPROFAZ realiza, desde 2009, a Campanha Nacional da Justiça Fiscal, que tem como objetivos fundamentais conscientizar o governo, a sociedade e o parlamento da necessidade de se fomentar o debate da educação fiscal, o combate à sonegação e a discussão de um novo modelo tributário para substituir o modelo atual, que onera em demasia os mais pobres e pouco incide sobre os mais ricos.

Cada um de nós pode colaborar para alterar esse estado de coisas, apenas mudando nosso comportamento diante de infrações que, por serem comuns e usuais, nos parecem insignificantes. Exemplos? A senhora exige sempre notas fiscais quando adquire produtos e serviços? O senhor exige recibos quando paga profissionais liberais? Não? Ao não exigirmos, pagamos pelos fornecedores de produtos e serviços, que se locupletam com nossa letargia e (alguns) fazem discursos raivosos contra governos, funcionários públicos (todos tachados de corruptos) e a carga tributária. No fundo, nos tiram para otários, nos chamam de babacas! E riem de nossa cara!

 

Antônio Cândido Ribeiro

 

Fonte: Texto retirado do jornal A razão - Segundo Caderno - 05/09/2013

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